Por que o óleo diesel nacional pode danificar seu motor
30 de Agosto de 2022
Nos últimos anos, a composição do óleo diesel brasileiro mudou.
Buscando menor dependência do petróleo e maior sustentabilidade, houve um aumento do biodiesel e a diminuição do teor de enxofre. Pontos positivos para o meio ambiente e para a economia doméstica, mas que trazem um “efeito colateral” que precisa ser mitigado.
Se o biodiesel por um lado tem mais biodegradabilidade, não é tóxico, não é inflamável, além de durante a combustão, reduzir a liberação de hidrocarbonetos, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, hidrocarbonetos poliaromáticos e material particulado; por outro lado o biodiesel brasileiro, produzido a partir de óleo de soja em sua maior parte, é mais instável quimicamente do que o biodiesel produzido, por exemplo, na Europa, a partir de canola. Isto significa dizer que o biodiesel puro no Brasil, tem probabilidade de se degradar naturalmente (quando exposto a ação da umidade e do oxigênio do ar) muito maior do que o biodiesel europeu, por exemplo.
Somada a isso, a redução gradativa do teor de enxofre (um BIOCIDA natural) ocasionou o aumento na proliferação que causam danos aos sistemas de combustível.
Além disso, o biodiesel presente no combustível aumenta a retenção de água no tanque e a proliferação desses microrganismos.
Tanques sofrem com o acúmulo de água, ocasionando a proliferação de fungos, bactérias e leveduras. Além da própria água presente no diesel, a condensação a partir do ar aumenta ainda mais a diluição, tornando o ambiente cada vez mais propício para este desenvolvimento.
FENÔMENO DA CONDENSAÇÃO
Os desvios de temperatura causados pelas variações climáticas geram condensação (água):
• contida no ambiente
• dissolvida no óleo Diesel
Estes mesmos micro-organismos, se alimentam do diesel gerando um material com aspecto de lama de cor marrom ou escura, conhecido como borra e que se constitui de colônias de bactérias e de produto de corrosão dos tanques. Além da borra são gerados ácidos orgânicos, álcoois e éteres. O diesel em contato com estas substâncias fica deteriorado e apresenta um cheiro forte e azedo. A água emulsionada nessa condição, é de difícil separação nos filtros coalescentes. O diesel contaminado acaba chegando ao sistema de combustível, danificando-o por corrosão.
Para superar todos esses desafios, é importante sempre seguir um plano de manutenção preventiva bem estruturado, assim como utilizar os fluídos recomendados pelo fabricante do equipamento. Vamos abordar estes assuntos em posts específicos aqui em nosso blog.